O PAÍS DA PAGOLOGIA: CLARAS RAZÕES PELAS QUAIS O BRASIL PRECISA SER REFUNDADO!
ARTIGO DE JOSÉ NÊUMANNE PUBLICADO NO ESTADÃO FAZ UM PERFEITO DIAGNÓSTICO DO PAÍS DA “PAGOLOGIA”. THOMAS KORONTAI COMENTA COM A VISÃO CONCEITUAL DA SOLUÇÃO.
O artigo demonstra claramente o que venho falando desde 1991 sobre a falência da estrutura do Estado, por conta do modelo pseudo-federalista que alberga os interesses escusos que resultaram nesse faz-de-conta, cuja conta quem paga, é o Povo. Uma conta cobrada de diversas formas, a começar pelo modelo que tributa todas as etapas de todas as cadeias produtivas do País, inflacionando em dobro – e por vezes muito mais do que isso, chegando até a 400, 500% – os custos originais.
Empobrecendo-se a população, o mercado se ajusta como pode. A classe empresarial gira em torno do poder, dos favores dos políticos junto ao Estado vilão, para poder se manter, surgindo, dentre estes, os rentistas, os plutocratas ou, como diz o Olavo de Carvalho, metacapitalistas, alimentando processos legislativos que garantam reservas de mercado. As classes diversas de profissionais vão criando categorias e regras e mais regras de enquadramento deles e dos que precisam de seus serviços, muitos até tabelando preços. Vibram quando conseguem uma classificação de oficialidade por parte do Governo. E o que falar do setor público? Uma tragédia! Tanto pela ineficiência das contraprestações esperadas pelos pagadores da conta (tax payers), quanto pelo custo de seus privilégios que os constituíram em brasileiros de 1º Classe, como bem definido pelo Prof. Bergamini. Listem-se todos os demais interessados na auto sobrevivência, e teremos um livro, mais do que um comentário. O Brasil está amplamente dividido em si, pelos fatores e motivos errados. E não há casa dividida que se sustente. O sistema “pagológico” tem limite.
Como combater tudo isso? Pontualmente? Enfrentar as máfias, uma por uma? Impossível. O Brasil precisa ser ressetado. Precisa de “reinicialização do sistema”, para se oportunizar a troca do “sistema operacional” o qual será uma nova Constituição Federal, matriz de uma nova estrutura das máquinas públicas, reordenando o princípio federalista, para um federalismo pleno de um Estado subsidiário suplementar (e não complementar, como hoje, o qual resultou em invasão de competências e concentração dos poderes e recursos).
“Até quando abusareis, Catilina, da nossa paciência?”, é a pergunta recorrente, cada vez mais se expressando no seio dos pagadores da conta. Vejo como as necessárias catilinárias para derrotar o status quo, a introdução massiva dos debates em torno do federalismo pleno, de corajosa reforma ampla e geral do Estado e da estrutura, base do comportamento e mentalidade vigentes, ou seja, da “reinicialização do sistema”, como única forma de derrotar o sistema vigente, anacrônico e recalcitrante, para que o Brasil, parafraseando Roberto Campos, “corra o risco de, finalmente, dar certo”.
O artigo de José Nêumanne está aqui.
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